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Afro empreendedorismo sem assistencialismo no “S” ESG

Quando o assunto são as práticas ESG dentro das organizações, ainda é bem comum que os esforços máximos sejam depositados em ações de impacto ambiental e na área de governança. Enquanto isso, práticas de responsabilidade e impacto social são mantidas quase sempre em terceiro plano e, muitas vezes, estão fadadas ao cenário de assistencialismo.

 

Quando pensamos no Brasil, país no qual mais da metade da população adulta, de 18 a 64 anos, está envolvida com empreendedorismo, faz-se necessário um olhar atento para as comunidades, além da organização e como estas são impactadas por suas ações; para o desenvolvimento de programas e outras ações, a fim de que empresas gerem valor intelectual, social, físico, emocional, ecológico e ético para seus públicos estratégicos, o que inclui funcionários, fornecedores, consumidores, clientes, entre outros.

 

Embora as questões sociais dentro de uma empresa estejam atreladas, muitas vezes, aos líderes de gestão de pessoas e executivos, o desenvolvimento dessas outras comunidades é uma das muitas possibilidades para progredir na geração de impacto social. Programas educacionais e oportunidades no mercado de trabalho são cruciais e foram responsáveis pelo crescimento sustentável de comunidades ao redor do mundo. Um grande equívoco por parte das organizações, e até mesmo da sociedade, é relacionar a sustentabilidade somente às práticas ambientais, de preservação e utilização de recursos. No entanto, a desigualdade social, raça e os impactos climáticos estão diretamente ligados, vide o racismo hambiental.

 

Os grupos sociais com maiores níveis de pobreza e privação social acabam por residir nas áreas com maior exposição ao risco e à degradação ambiental, o que pode gerar situações de alta vulnerabilidade socioambiental, que dificultam o processo de mobilidade social e de desenvolvimento. A desigualdade socioambiental, por sua vez, afeta o acesso a oportunidades econômicas e sociais. As comunidades marginalizadas muitas vezes têm menos acesso a empregos, educação e serviços públicos de qualidade, e isso leva a um ciclo vicioso de desvantagem social e econômica.

 

Muitas empresas optam pela filantropia. Mesmo que deem um suporte para a subsistência dos contemplados, não oferecem recursos e ações para que esse desenvolvimento aconteça. E, mantê-los restritos a quem tem acesso às suas práticas institucionais, limita que a comunidade ao seu redor possa criar ferramentas para se desenvolver. Organizações que investem em programas e práticas conectadas à promoção de saúde, educação, segurança, infraestrutura, preservação ambiental na região em que está localizada e, principalmente, no desenvolvimento de mão de obra local, criam uma atmosfera fértil para, também, desenvolver sua estratégia corporativa, entra aí o apoio ao empreendedorismo local.

 

O termo afroempreendedorismo surgiu nessa atmosfera de empresas que não querem se preocupar apenas com o assistencialismo, mas querem criar e fortalecer ao seu redor uma cultura de desenvolvimento sustentável envolvendo os primeiros a serem atingidos historicamente pelas catástrofes econômicas e climaticas deste país, que são pessoas negras, abandonadas por mais de um século de políticas públicas, criando um abismo educacional, social e econômico gigantesco, alimentando o racismo em nossa sociedade, onde ser preto no imaginário comum é ser desprovido  econômica, social e educacionalmente.

 

É sabido por todas as pessoas que o empreendedorismo negro,diferentemente do empreendedorismo branco, neste país, nasce muito mais por falta de oportunidades num mercado de trabalho estruturado com viés racista e desprovido de chances para negros do que qualquer outra coisa.

 

Hoje as empresas modernas já aprenderam que olhar para seus terceirizados com o viés da inclusão, da diversidade e do acesso das empresas de pretos nos seus ecossistemas é, sim, pensar no S com letra maiúscula dando oportunidade para o afroempreendedorismo se desenvolver consegue em uma única ação equacionar vários problemas como: ajuda a sanar uma dívidahistórica do Estado e também da sociedade brasileira tem com negros e negras neste país e cria uma sociedade mais justa, fraterna e desenvolvida sem assistencialismo dando a vara para essa parcela significativa da população brasileira pescar e não resto do peixe que sobrou com medidas assistencialista. O afroempreendedorismo também será tema do Fórum Brasil Diverso neste ano.

 

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