9º Fórum Brasil Diverso: Traz o protagonismo e a importância do SECSP nos 20 anos do primeiro acordo de inclusão racial no Brasil além de muita Inclusão, Equidade e Debates sobre ESG.
O vibrante e emblemático Hotel Unique em São Paulo foi palco, nos dias 17 e 18 de novembro de 2023, do 9º Fórum Brasil Diverso, um evento que reuniu quase duas mil pessoas, entre nomes nacionais e internacionais, em uma intensa troca de conhecimento e experiências sobre práticas de ESG – Environmental, Social and Governance (Ambiental, Social e Governança, em tradução) efetivas ao redor do mundo.
Com uma programação diversificada que incluiu áreas culturais, espaços para networking e uma feira de expositores, o Fórum Brasil Diverso deste ano mergulhou em uma retrospectiva fortalecendo as discussões sobre ações de diversidade e inclusão racial no mercado ao longo dos últimos anos.
Com o tema “ESG: a síntese da diversidade, equidade e inclusão”, o evento contou com a participação de figuras in?uentes como, Erika Hilton (Deputada Federal), Ricardo Patah (Presidente da UGT – União Geral dos Trabalhadores e do Sindicato dos Comerciários de São Paulo), Cleonice Caetano Souza (Vice-Presidente Nacional da UGT e Diretora de Assistência Social e Previdência do Sindicato dos Comerciários de São Paulo), Isa Silva, Maurício Rodrigues, Regina Silvestre (Gerente de Diversidade, Inclusão e Cultura na VIVO/Telefônica) e Jerry Padoly, oferecendo debates enriquecedores e re?exões profundas sobre práticas de diversidade e inclusão.
Uma das presenças notáveis foi a do Presidente da UGT e do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, Ricardo Patah, cujas palavras ressoaram no evento ao destacar a importância das cláusulas trabalhistas e iniciativas em prol da equidade. Ele enfatizou a necessidade da democracia para garantir igualdade e oportunidades no país.
“O Brasil só poderá ser considerado uma democracia efetiva, com igualdade e oportunidade. Quando todos tiverem opções na vida e seus sonhos serem concretizados.
E o meu sonho, é que essa igualdade vai acontecer!”
Ricardo Patah
O evento não apenas trouxe a Deputada Federal mais destacada do ano, Erika Hilton para incendiar os debates, mas também líderes empresariais, como o perfumista francês Jerry Padoly, único negro na indústria bilionária da beleza, e a estilista baiana Isa Silva, mulher trans negra premiada, mas também contou com a presença de Maurício Rodrigues, Presidente da Bayer LATAM, o único CEO negro nessa categoria no Brasil, apresentando um panorama sobre o pioneiro programa de Trainee da Bayer do Brasil.
A participação internacional também se fez presente com a presença de Kimberly Brown, especialista em desenvolvimento de carreiras negras nos Estados Unidos, cuja empresa tem oferecido líderes capacitados para altos cargos nas maiores companhias do país.
Um dos momentos marcantes do evento foi o Painel sobre os resultados dos 20 anos do primeiro acordo de inclusão racial no Brasil e os impactos da segurança humanizada no setor do varejo, onde Cleonice Caetano Souza, Diretora do SECSP e Vice-Presidente da UGT, ressaltou a importância das convenções coletivas na vida dos trabalhadores e trabalhadoras do comércio. O Sindicato dos Comerciários de São Paulo foi pioneiro na formalização de cláusulas para a contratação de pessoas pretas no comércio, servindo de exemplo para diversas outras categorias. Sem falar que o ponto alto do evento foi nesse painel quando sobe ao palco de forma apoteótica, a Erika Hilton, Anderson Silva, Alessandra Lessa, Mauricio Pestana, entre outros para somar a Cleonice Caetano Souza e Manoel Soares.
Maurício Pestana, CEO e fundador do Fórum, destacou que a desigualdade no Brasil possui viés racial e estrutural, buscando trazer não apenas CEOs, mas também agentes do estado e executivos negros para discutir e buscar soluções efetivas para enfrentar esse problema.
Ao discutir sobre as cláusulas trabalhistas com cotas e seu impacto na sociedade e nas empresas durante o 9º Fórum Brasil Diverso, Cleonice Caetano Souza, Vice-Presidente da UGT e Diretora de Assistência Social e Previdência do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, enfatizou o papel crucial que essas medidas desempenham no panorama atual.
Ela ressaltou a importância das convenções coletivas na vida dos trabalhadores, realçando como essas cláusulas trabalhistas, especialmente aquelas que promovem a inclusão e a diversidade racial, têm um impacto positivo não apenas para os indivíduos diretos envolvidos, mas para toda a sociedade.
“Quando empresas e sindicatos se comprometem com cláusulas trabalhistas que visam a inclusão, estão não só cumprindo um papel social crucial, mas também fortalecendo a estrutura econômica e social de toda a comunidade. A diversidade não apenas enriquece os ambientes de trabalho, mas também impulsiona a inovação, criatividade e o crescimento sustentável das empresas”, enfatizou Cleonice.
Ela ressaltou ainda que essas práticas não são apenas moralmente corretas, mas também trazem benefícios tangíveis para as empresas, incluindo uma força de trabalho mais diversificada, o aumento da retenção de talentos e uma melhor compreensão dos mercados e clientes diversos.
“Ao investir na inclusão por meio de cláusulas trabalhistas que promovem a igualdade de oportunidades, estamos construindo uma sociedade mais justa e equitativa para todos. Essa abordagem não só re?ete os valores fundamentais de uma comunidade, mas também impulsiona o progresso e a prosperidade para as gerações futuras”, concluiu Cleonice.
Uma das inovações deste ano foi a programação em três espaços simultâneos: Sala MOVER, em parceria com o coletivo de capacitação Mover, Sala Educação, com a Fundação Dom Cabral, e a Sala Afroempreendedorismo, que ofereceu interação entre empresas de diferentes portes, dirigidas por pessoas negras, além de espaço para instituições de ensino com programas de ações afirmativas, cotas ou cursos complementares.
O 9º Fórum Brasil Diverso, reafirmou-se como uma iniciativa de aquilombamento para tecer laços que transcendem tons de pele para celebrar a diversidade intrínseca à comunidade negra. É erguer espaços de união, onde diferenças são valorizadas e experiências compartilhadas. É rejeitar estigmas internos, fortalecer-se coletivamente contra o racismo e promover a empatia e solidariedade entre todos. Aquilombar-se é construir uma identidade inclusiva, desafiar preconceitos e trilhar um caminho de pertencimento e empoderamento para cada voz, cada vivência, cada tonalidade dentro da comunidade negra.